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Foto do escritorBruno Cunha

Etarismo: de quem é a culpa do preconceito contra a idade avançada?

Atualizado: 22 de out. de 2023


Ageism é um conceito em inglês que deriva de age, ou idade. Neste sentido, o ageism, que no Brasil pode ser traduzido para idadismo ou etarismo, é um tipo de preconceito contra pessoas mais velhas. As razões para estes preconceitos são diversas sendo que a mais comum delas é se refere ao embate de gerações e ao apego da cultura moderna pelo novo.


A análise e problematização do conceito de ageism foram e são essenciais para debater os preconceitos intrínsecos em seu significado. Discriminar alguém por sua raça, gênero, sexo ou mesmo pela idade implica em desumanizar o outro, rebaixá-lo a algo menor e diminuir sua importância — práticas nas quais devem ser abolidas através de ações e discussões.


Estes preconceitos tão arraigados em nossa sociedade são tão complexos que mesmo aqueles que sofrem mais com essa discriminação acabam por perpetuar discursos que são perigosos e os deixam em desvantagem na sociedade.


A seguir, discutiremos sobre este problema no mundo do trabalho. Leia mais!

Os desafios da integração de pessoas em idade avançada no ambiente corporativo

Em 2019, a expectativa de vida do cidadão médio no Brasil era de 76,6 anos. Com a pandemia de Covid-19, esta expectativa diminuiu para 72,2 anos. No entanto, a partir do desenvolvimento de vacinas e com a lenta, porém constante saída do país do quadro pandêmico, estes números voltaram a crescer.


Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, modifica-se também as relações dos trabalhadores com a Previdência Social. Prova disso é que desde a nova Reforma Trabalhista de 2019, os anos de contribuição aumentaram, implicando diretamente nos requisitos de aposentadoria dos trabalhadores, que passaram a se manter ativos no mercado de trabalho por mais tempo.


Consequentemente, essas questões vêm despertando alguns problemas, como as dificuldades que as empresas têm em incorporar pessoas com mais idade ou desenvolver colaboradores com idade avançada, assim como as existentes diretrizes de RH que dificultam ainda mais a manutenção de colaboradores em seus quadros funcionais.


Para além dos preconceitos sofridos por pessoas de mais idade, existe também o medo subjacente de não conseguir acompanhar as mudanças. Sentir-se velho e ultrapassado — esta última uma palavra que pode ser usada de forma discriminatória —, é um sentimento real que muitas pessoas mais velhas conhecem.

De quem é a culpa pelo preconceito etário?

Esta é uma pergunta polêmica e que pode ser alvo de uma série de mal-entendidos. A culpa por uma frase ou atitude preconceituosa é sempre de quem as perpetrou e nunca da vítima. Além disso, na maioria das vezes, a discriminação se refere a limitações do discriminador e não da vítima.


Isto posto e definido é importante passarmos pelos efeitos colaterais de uma sociedade que discrimina pessoas por cor, sexualidade ou pela idade de forma estruturada e consistente. As estruturas de uma sociedade envolvem tanto aqueles que discriminam quanto os discriminados.


Outra implicação desta ideia é que todos nós discriminamos algo ou alguém em algum momento da vida, e este é um pensamento perturbador. Sendo assim, muitas pessoas que sofrem preconceito pela idade acabam aceitando essas idéias errôneas e preconcebidas, acabando por se tornar os próprios culpados na perpetuação deste pensamento.


Não ser capaz de seguir as mudanças frenéticas da sociedade, não conseguir compreender os processos atuais ou mesmo as diretrizes mais modernas da empresa são apenas alguns dos preconceitos que estas pessoas mais velhas acabam incorporando. Por sua vez, o ambiente corporativo e os RH’s também estipulam algumas regras que aumentam o problema.

Como combater o ageism na vida profissional?

Para que uma sociedade cresça e evolua é necessário lutar contra os preconceitos e buscar uma melhor compreensão de si e do outro para que cada pessoa possa ocupar seu lugar sem nenhum prejuízo.


Assim, manter uma faixa etária ampla para contratação de profissionais é um primeiro passo na construção de um ambiente de trabalho mais empático. Por sua vez, os profissionais de mais idade também devem manter-se em constante aprimoramento para que as mudanças sejam incorporadas em suas vidas profissionais sem nenhum prejuízo.


Mudanças são assustadoras em qualquer idade, porém, quando envelhecemos, estas parecem se tornar ainda mais incompreensíveis. Assim, para que o ambiente de trabalho seja saudável e inclusivo, é necessário um esforço conjunto tanto por parte da empresa e de seus colaboradores, como dos próprios profissionais envolvidos.


Outra forma de combater o ageism é praticando o gerenciamento de carreira, per alinhando o avanço da idade com a definição de estratégias de como lidar com as próximas fases da vida profissional. Ter lucidez e clareza nas próximas etapas ajudam na saúde e logenvidade da carreira no curto, médio e longo prazo, afinal o que se torna velho são os nossos pensamentos. Agende uma consulta de carreira, defina suas estratégias e previna problemas desta natureza, aqui!


Bruno Cunha, Headhunter & Consultor de Carreira. Especialista em consultoria de carreira para profissionais (técnicos, gestores, consultores, docentes, empreendedores e autônomos/liberais) que buscam recolocação, mudança de emprego, desenvolvimento profissional ou transição de área/carreira. Nos últimos 18 anos, desenvolveu métodos de diagnósticos profissionais capazes de identificar as necessidades individuais de centenas de profissionais.


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